Constelação

  Sempre achei o barulho que o sino da Igreja fazia um tanto quanto assustador, sombrio, não me fazia bem ouvir as badaladas, que não eram muitas já que ouvia-o apenas quando a cidade estava calada, e eu tentava dormir. Mas naquela noite foram badaladas de alívio, era como se eu tivesse mais livre, e dali pra frente teria que pensar mais em mim, pois fora nossa última briga, mas também a última conversa.
 Começamos quando eu ainda era totalmente imatura,  para o seus amigos uma criança. Não demoramos pra criar um vinculo de amizade forte, você sempre se pareceu comigo, as pessoas realmente diziam que nós combinávamos e de alguma forma eu gostava daquilo. Logo descobri que você não só adorava o que diziam como também concordava, e que sua vontade sempre foi me mostrar aquilo, mostrar que só amizade pra você seria pouco. Diante de tudo e de todos eu me entreguei. Pra mim a paixão e todos aqueles sentimentos passaram rápido, mas você se tornou meio obsecado, e aos poucos me assustando.
 Um ano, um ano que fez muita coisa mudar na minha cabeça, inclusive a consepção que tinha sobre você, ou nós como preferia. Agora os comentários eram que eu tinha mudado você, te tornado mais sombrio, mais preocupado e até mesmo triste, mas eu não ligava muito já que ainda eramos amigos, e por mais que brigássemos muito e que eu visse a mudança nos seus olhos, achava normal, em um ano as pessoas realmente mudam, ainda eramos felizes quando juntos.
 Dois anos, agora fazem dois anos desde aquele primeiro contato e eu prefiro não ouvir o que dizem, se você me ensinou alguma coisa foi exatamente ignorar a opnião alheia, mas infelizmente eu nem preciso mais ouvir, agora eu vejo e você faz questão de me mostrar, está  derrotado e a culpa é minha. Você sofre, e eu também sofro, mas quero liberdade, não temos compromisso, preciso viver, até porque agora com um pouco mais de maturidade sonho mais alto.
 Não me entenda mal, quero ser livre mas ter você pra me segurar e fazer rir também faz parte disso.